terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A poetisa se revela

Anjo, já não há mais nada aqui além de nós,
E neste silêncio quero lhe entregar o que tenho de mais precioso.
Sabe, eu guardei tudo isto dentro do meu coração,
Cada palavra...

Eu senti vontade de gritar ao vento,
Que te queria tanto, que te sentia tão perto,
Mas não o via.
Onde eu poderia procurá-lo?

Eu me desesperei,
Mas te esperei com tanta fé,
Como quem acredita no impossível.
Eu sonhei com teus olhos,
E eles sempre sorriam,
Como eles sorriem pra mim agora.

Anjo, já não há mais ninguém aqui,
Então a poetisa se revela:
Dança em teus braços e viaja em tua pele,
As palavras viram sensações,
Ela se desmancha em suspiros,
E se desfaz em teus lábios,

A língua, o suor e o gemido.
É festa, é libido,
É deramar-se e lambuzar-se,
Servir-se do melhor banquete,

E os dois se fundem,
Se misturam e já não sabem quem são...
E num breve momento,
Algo muda e lhes tomam a respiração.

Não há nada mais aqui, meu bem.
Só o ar como o nosso cheiro,
Paixão...
Dormir...
Nos teus braços...

Sonhar...

2 comentários:

  1. Que a poeta se revele em toda a sua plenitude então. Se revele sempre com essa sua mesma escrita bela e cheia de poesia. Beijos poéticos em tua alma de mulher e poeta.

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